27.11.07

O tempo é senhor da razão.

E a razão, o que é?
Eu não sei – às vezes é bom não saber coisas. É maravilhoso poder descobrir ao longo do tempo, que aquilo que se pensava que era, na verdade não é. E aquilo que se achava que nunca seria transforma-se na revelação do ano. É como abrir uma caixa de bombons sem saber o que vai encontrar – como sem saber? Vai encontrar bombons, “cacildes!!!”.

Às vezes penso - e isso dói – que a razão não existe mesmo (e o tempo também não), que ela é uma invenção do homem. Que tudo, no fundo, é movido pela emoção.

Você pode estar de saco cheio do seu emprego, do seu chefe, dos seus colegas, do porteiro da empresa, do faxineiro, e até mesmo do vendedor de balas que faz ponto lá embaixo, perto da parada do ônibus que te leva todo o final de tarde pra sua casa. Aí você pensa – caramba, dói mesmo - : “Vou largar esse emprego!” Mas você tem família, filhos, prestações, aluguel... neste momento, a suposta “voz da razão” fala mais alto, e você dá uma bicuda nessa coisa de seguro desemprego, assitir Tv Xuxa de manhã, joguinho damas na praça e todas as demais “atividades” dos “inativos” – “fiscais da natureza”.

Mas, peraêêêê!!!!! Ao pensar – ui! – em largar o emprego, você imaginou como seria se estivesse desempregado. Como alimentaria sua família, como continuaria pagando o aluguel, com que dinheiro corromperia sua sogra para que ela não fosse para a sua casa no fim-de-semana. Opa!!! Você sentiu medo. Medo de estar fazendo a maior “m...” ao largar o emprego. E medo, é emoção.

Quando nos deparamos com uma situação de alto risco, nosso rosto fica pálido. Por quê?! Porque o sangue se concentra nos membros inferiores e superiores, para que você tenha mais energia para atacar ou correr. Isto é pura emoção. A emoção que manteve até hoje o “human being” no topo da cadeia alimentar deste planeta.
Quando alguém te aborrece muito e você sente vontade de apertar o pescoço desse alguém, você só não o faz por medo. Medo dele reagir e apertar o seu pescoço ainda mais forte, ou dele morrer e você ter que viver com essa culpa pra sempre, de ser preso, ser violentado dentro da cadeia, não ter dinheiro pra dar pros advogados. Você sente medo de estar fazendo a coisa errada, pois somos educados para fazer sempre a coisa certa - Spike Lee está aí e não me deixa mentir.

Tudo bem que eu comecei a escrever hoje, sem saber o que iria dizer. Pode ser que eu não pense - ai! - realmente assim. Talvez seja só um momento de divagações inúteis, talvez não.

A verdade é que acabei de acordar e, na noite passada, visitei o blog de uma amiga (
http://cantodepensar.blogspot.com/) – vale conferir. Em uma de suas postagens ela fala sobre sonhos – os quais prefere chamar de OBJETIVOS – e sobre o Tempo. Eu gostaria de comentar sobre outros de seus belos textos, mas este último, não sei por que razão (motivo), me trouxe até aqui. De alguma forma, o tempo me fez falar sobre razão – exista ela, ou não.

No entanto, não me leve muito a sério quanto a isso. Pode ser que até o final do dia, eu mude de opinião.

Tudo o que eu sei é que o que eu sinto dentro do meu coração, é sempre a coisa certa a fazer, ou pelo menos este sentimento me leva a considerar outras possibilidades. Nem sempre é o tempo (momento) certo, por isso, muitas vezes tomo minhas “vacas” de verde, amarelo, azul e branco, com direito a hino e tudo.

Mas, de alguma forma, meu coração tem sempre razão.

Jonas Miller

5 comentários:

Raphaella Avena disse...

Joninhass!! Excelentee!! vc tb escreve super bem, não a toa está na música. A Ala da sensibilidade! Fico lisonjeada com a sua citação e feliz de a recíproca ser verdadeira!
Um beijão e vamos continuar com nossas válvulas de escapes e pensamentos orgânicos!

Adoreii!!!

Leo disse...

Ah o tempo, será mesmo que ele existe??? As nossas percepções sobre o passado e o futuro são sempre vividas no presente!!!
O que então seria o presente , senão, um calombo onde nós nos empuleramos enquanto processamos aquilo que experimentamos.
Bem chega de sexo dos anjos, vou queimar um fumo!!!
Hehehehe, gde abraço mestre filósofo!

Liliane Leroux disse...

Nem razão, nem verdades, nem certezas... e é preciso coragem para afirmar a vida sem precisar se fiar em uma razão, em uma moral, em qualquer paraíso que possa estar para além desta única, singular e criadora experiência que é viver. Como disse meu querido filósofo Nietzsche, "esta existência quer que a abordemos com ousadia e com temeridade, até porque, no melhor ou no pior dos casos, sempre a perdemos."
Bj e adorei que tenha voltado a escrever no blog!!!

Anônimo disse...

Se não consigo aparecer, curto a leitura dos seus textos, o que não deixa de ser uma forma de estar perto de você. Não deixe de escrever, já estou sentindo falta.
Um beijo enorme, com carinho
Elô

Georgia Guimarães disse...

Volta a escrever né? rsss